De Amicorum Multitudine é um dos ensaios mais breves de toda a Moralia de Plutarco (46-126 dc). Nesse texto de poucas páginas o escritor grego reflecte sobre as amizades que às vezes pensamos ter por muitas pessoas na vida. Plutarco no entanto desconfia. Não devemos nós desconfiar daqueles que multiplicam as suas amizades sem ao menos estarem na posse segura de uma? Já que não conseguem assegurar-se da existência de uma só amizade, o mais certo é acabarem por ganhar medo a uma multitude delas, à semelhança daquele diálogo de Sócrates em que um homem começa a enumerar várias virtudes precisamente por não conhecer uma única sequer.
Ao mesmo tempo, Plutarco reconhece que achamos todos sempre admirável que alguém contemple como maravilhoso ter pelo menos a sombra de um amigo.
If he but have the shadow of a friend
A sombra de um amigo. Algures neste De Amicorum Plutarco também sugere que sete é o número certo de amigos. Sete amigos que são por isso sete sombras. Sombras de quê?
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